quinta-feira, 9 de junho de 2011

Exclusão social pode levar a pessoa ao sofrimento extremo



ondição a longo prazo pode resultar em alienação, depressão, impotência, sentimento de indignidade e aumento da agressividade


O ostracismo ou a exclusão podem não deixar cicatrizes externas, mas podem causar dores mais profundas e mais fortes do que um ferimento físico, de acordo com estudo realizado na Universidade Purdue, nos Estados Unidos. A descoberta vai ajudar médicos a evitarem sintomas mais graves que podem se tornar depressão ou outras experiências negativas.


"Ser excluído ou banido é uma forma invisível de intimidação que não deixa hematomas e, portanto, que muitas vezes tem seu impacto subestimado", disse o líder do estudo, Kipling D. Williams. Quando uma pessoa está condenada ao ostracismo, o córtex do cérebro dorsal do cíngulo anterior, que registra a dor física, também sente essa lesão social. O processo de ostracismo inclui três fases: os atos iniciais de ser ignorado ou excluído, o enfrentamento e a resignação.

"Ser excluído é doloroso porque ameaça as necessidades humanas fundamentais, tais como pertença e auto-estima. Repetidas vezes, a pesquisa encontrou que fortes reações prejudiciais são possíveis, mesmo quando condenados ao ostracismo por um desconhecido ou por um curto período de tempo", explicou Williams.

Mais de 5 mil pessoas participaram de estudos com um jogo de computador projetado por Williams para mostrar como apenas dois ou três minutos de ostracismo prolongado podem produzir sentimentos negativos. "Como é possível que uma experiência tão breve, mesmo quando provocada por estranhos com quem o indivíduo não tem qualquer interação, pode ter um efeito tão poderoso? O efeito é consistente, embora as personalidades dos indivíduos variem" disse ele.

As pessoas também variam no modo como elas lidam com a exclusão, que é a segunda fase do ostracismo. O enfrentamento pode significar que a pessoa tenta ser incluída. Por exemplo, alguns daqueles que são marginalizados podem ser mais propensos a se engajarem em comportamentos que aumentam a sua futura inclusão imitando, observando, obedecendo a ordens, cooperando ou expressando atração.

Se eles sentem que há pouca esperança para a reinclusão ou que têm pouco controle sobre suas vidas, eles podem recorrer ao comportamento provocativo e até mesmo agressão. No entanto, se uma pessoa tiver sido condenada ao ostracismo por um longo tempo, eles podem não ter capacidade para continuar o enfrentamento, pois a dor persiste e algumas pessoas podem desistir.

"A terceira fase é chamada de resignação. Isto é, quando as pessoas que foram ostracizadas são menos úteis e mais agressivas com os outros em geral. Isso também aumenta a raiva e a tristeza, e o ostracismo em longo prazo pode resultar na alienação, depressão, impotência e sentimento de indignidade". Williams está tentando entender melhor como os indivíduos marginalizados podem ser atraídos para grupos extremistas, o que poderia ser a reação de grupos marginalizados.

"Esses grupos fornecem aos membros um sentido de pertencimento, autoestima e controle, mas podem fomentar o radicalismo e a intolerância e, talvez, uma propensão para a hostilidade e violência para com os outros", afirmou.


Fonte das imagens;
http://blog.cancaonova.com
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