sexta-feira, 16 de abril de 2010

Star Oquê?

Stargardt.

Uma doença que atinge os olhos...
que vai tirando pouco a pouco
a visão de um pessoa,
fazendo dela mais um ser especial entre nós.
Ao contrário da maioria dos cegos,
não chega a alterar a cor da íris,
não chega a “apagar” o mundo,
mas o deixa bem borrado por sinal.
Não vê detalhes.
Mistura as cores.
Só vê de muito perto
com uma mancha atrapalhando bem na visão central.

Não é nem normal nem deficiente visual total,
é simplesmente subnormal.
Não parece, mas às vezes é pior
do que se cego fosse.
Todos pensam que é brincadeira...
que você está fingindo que não vê.
O cego, você dá a mão, ajuda...
Já o subnormal, quando pede ajuda,
você acha que há segundas intenções em jogo.

As pessoas não entendem.
“Olhos tão bonitos e não enxerga direito.
Coloca uns óculos e tudo bem!”
Não adianta explicar.
O mundo não está preparado pra entender
o que não consegue ver.

Estar bem
é uma coisa de espírito.
Ainda não há cura,
mas há uma luz no fim do túnel.
Tudo bem que “quem tem Stargardt
nem consegue ver o túnel,

quanto mais a luz no fim dele!”,
como ouvi outro dia mesmo de uma portadora.
Ter a doença pode ser ruim (e geralmente é),
mas não deve ser motivo pra se enterrar em vida.
Acredito na cura amanhã ou depois de amanhã,
mas enquanto não vem, vamos levando,
vamos estudando com a ajuda de outros olhos...
eletrônicos ou emprestados de um ente querido próximo
que acredita que, apesar dos pesares,
vamos vivendo... vamos amando... vamos que vamos.

Renato Araújo
www.renatoaraujo.com



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